Justiça arquiva inquérito que indiciou cinco pessoas por morte de aluna que caiu de prédio de academia no RS
11/08/2025
(Foto: Reprodução) Mulher morre após cair de 2º andar de academia no RS
Academia reabriu quatro dias após morte de aluna
Reprodução/RBSTV
A Justiça autorizou o arquivamento o inquérito policial que indiciou cinco pessoas por homicídio culposo após a morte de uma aluna que caiu da janela do segundo andar de uma academia, em Caxias do Sul, na Serra do RS. Relembre o caso acima.
A vítima era Denise de Oliveira, de 45 anos. Ela estava próxima de um aparelho chamado graviton, em que a pessoa utiliza o peso do próprio corpo para realizar movimentos, quando se desequilibrou e bateu no vidro.
O arquivamento foi um pedido do Ministério Público, feito em 25 de julho e acolhido pelo Poder Judiciário no dia 1º de agosto.
No entendimento do MP, a conduta do dono da academia não foi irregular nem negligente, já que o laudo pericial atestou que não existe regulamentação ou fiscalização que determine parâmetros mínimos na distância entre equipamentos e janelas em academias. Após a perícia, o IGP havia inclusive sugerido que fosse criada uma regra básica nesses casos, relata o MP.
A promotoria também pediu a extinção da punibilidade dos outros quatro indiciados porque as decisões deles sobre o prédio teriam sido tomadas há mais tempo do que o necessário para a prescrição do crime de homicídio culposo, que é de 8 anos, conforme o Código Penal.
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O que diz a defesa do dono da academia
A defesa do Proprietário da Academia MOTIVIDA vem a público manifestar-se acerca do arquivamento do inquérito policial.
Após detida análise dos elementos informativos (Documentos e testemunhas) colhidos durante a investigação, o Poder Judiciário concluiu pela ausência de justa causa para o exercício da ação penal contra o proprietário da academia, em consonância com o que foi defendido pela defesa.
Consequentemente, restabeleceu-se a verdade e a justiça, afastando a injusta acusação que recaía sobre o proprietário da Academia.
Daniela Silva, advogada.
Mulher morre ao cair de prédio em academia de Caxias do Sul
Instalação de vidro inadequado
A perícia constatou que ocorreu instalação de vidro inadequado, com espessura de 4 mm e que não oferecia resistência. Também foi identificado que o aparelho de exercícios estava disposto a 70 cm de distância da parede de vidro.
"A morte da vítima ocorreu pela junção de dois fatores. A proximidade demasiada do aparelho de musculação em relação à parede de vidro, razão pela qual, quando a vítima caiu do equipamento, foi projetada diretamente contra o vidro. E a instalação de vidro inadequado, quando da construção do edifício, em desrespeito às normativas legais", concluiu o delegado do caso.
De acordo com o delegado, a perícia não esclarece se o que causou a queda foi um mal súbito ou desequilíbrio. "Tais circunstâncias não seriam passíveis de observação, pois não deixam vestígios", explica.
O resultado de exame de sangue coletado da vítima está pendente. O material analisado vai verificar se houve possível uso de alguma medicação.
Quem era Denise
Natural de Caxias do Sul, Denise tinha 45 anos, era solteira e trabalhava como tecelã em uma fábrica de tecidos. Ela ajudou a criar, junto da mãe, já falecida, o sobrinho Guilherme Oliveira, hoje com 25 anos.
"Era a pessoa mais especial do mundo pra mim. Eu morei com ela desde os seis meses, a minha vida inteira eu passei com ela, tudo que eu sei foi ela quem me ensinou, tudo que eu sou hoje é graças a ela e minha mãe (...) O que a família tá sentindo agora é fora do normal", conta Guilherme.
Mulher morre após cair do segundo andar de academia em Caxias do Sul, diz polícia
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